O Palco São João recebeu a banda punk americana Suicidal Tendencies, da Califórnia, e os paulistanos Titãs, hoje com estilo mais pop-rock. Ambos comemoram 30 anos de carreira e mostraram que qualquer hora é boa para um bom rock'n'roll. A organização preferiu escalá-los às 9h30 e ao meio-dia de ontem, respectivamente, para evitar confusão.
A primeira rebelião da Virada Cultural, no entanto, começou logo nas primeiras horas da manhã, a bordo da máquina de barulho dos americanos. Ao entrar no palco, às 9h30, aos primeiros acordes de You Can't Bring me Down, o Suicidal Tendencies deflagrou uma espécie de senha. O público derrubou as grades, invadiu a área de imprensa, derrubou o fosso vip e escalou até o palco.
Os músicos da banda continuaram a tocar como se nada estivesse acontecendo e até filmaram a insurreição punk. Um garoto ficou ferido. Muitos escalaram as torres de aço do palco e postes e árvores da avenida. Músicas como War Inside My Head, Freedumb e We Are Family deixaram o público insano.
O veterano grupo de hardcore americano Suicidal Tendencies faz a turnê Year of the Cyco, que marca os 30 anos de existência da banda, formada na Califórnia em 1981.
O vocalista Mike Muir incentivava a tomada de posição do público, lembrando que durante anos foram todos pisoteados pelo sistema e agora era chegada a hora de dar o troco.
Os Titãs não promoveram nenhuma grande rebelião, mas mostraram vigor e um show que foi muito além do punk. Os arranjos, mais pesados do que o normal, assemelhavam-se ao melhor do heavy metal. Os paulistanos não deveram nada ao Suicidal Tendencies.
"Somos a banda local!", berrou Paulo Miklos, guitarrista e vocalista do grupo. "Crescemos nesses esgotos."
A multidão que lotava a Avenida São João, até dois quarteirões para trás, urrava a cada canção do célebre disco Cabeça Dinossauro, de 1986, executado na íntegra. Foi com ele que os Titãs se consolidaram como uma banda de punk, com sotaque paulistano. O guitarrista Tony Bellotto arregalava os olhos quando o público fazia coro com os seus solos.
Fonte: Estadão
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